quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Consumo de Cerveja pode aumentar risco de doença de pele em mulheres


Estudo feito por pesquisadores da Harvard Medical School, em Boston, apontou que mulheres que usualmente consomem cerveja, têm maior probabilidade de contrair psoríase. A crônica doença de pele tem o dobro de chances de ocorrer para aquelas que tomam até cinco cervejas por semana, em comparação com outras que não bebem. O risco fica em torno de 72% para mulheres tem média de consumo semanal de 2,3 cervejas, e 130% para as que tem o costume de beber cinco copos por semana.

A pesquisa foi feita com cerca de 82 mil enfermeiras, com idades entres 24 a 44 anos. O espaço de tempo estudado para seus hábitos de consumo foi de 1991 a 2005. Há indícios no estudo de que a cevada com glúten, composto usado na fermentação da bebida, poderia causar a elevação do risco da doença em mulheres.

Outro dado da conta que mulheres que bebem cerveja sem álcool, destilados ou vinho, não apresentam tal aumento.

Por Oscar Ariel

Psoríase – Pesquisa traça perfil dos portadores


Diagnosticada como uma doença genética e de causas desconhecidas, a psoríase, segundo o primeiro levantamento epidemiológico feito no Brasil, atinge em sua grande maioria mulheres com idade média de 43 anos.

Dados da pesquisa, realizada pelo Centro Brasileiro de Psoríase e Vitiligo também apontam que dos entrevistados, 77% afirmam que a doença prejudica sua qualidade de vida, 51% evitam certas atividades por conta da doença e 18% já foram afastados do trabalho.

A Psoríase é caracterizada por placas avermelhadas na pele, pequenas lesões descamativas, que na maioria das vezes coçam. Seu diagnóstico pode ser clínico e confirmado por biópsia, para revelar um quadro bem característico.

Muito se fala sobre a influência dos aspectos emocionais na evolução da doença, porém, segundo o Centro Brasileiro de Psoríase e Vitiligo, já é confirmado que a psoríase faz parte das chamadas doenças Imuno-Mediadas* e precisa de fatores desencadeantes para o seu surgimento.
*quando o sistema imunológico se descontrola e agride o próprio corpo.
Possíveis Causas

- traumas cutâneos: na maioria dos portadores há o Fenômeno de Koebner ou Fenômeno Isomórfico, no qual um trauma repetido na pele sã pode desencadear lesões de psoríase. Isso talvez explique porque é mais comum aparecer nos cotovelos, joelhos (devido a atritos na mesa ou em roupas) e couro cabeludo (por escovas e pentes). Deve-se, portanto, evitar agredir a pele. Lembrar que a exposição ao sol é benéfica, mas queimaduras solares não são.

- infecções: amigdalites ou faringites por bactérias (tipo estreptocócicas) são desencadeantes comuns da psoríase, ocorrendo geralmente o primeiro episódio agudo em crianças ou jovens. Tem aparência de gotas e porisso é chamada psoríase gutata. Infecções por vírus também podem desencadear psoríase. No doente com infecção pelo HIV há piora na pele. Os fungos causadores de micoses, como candidíase vaginal, também podem levar à piora da psoríase.

- medicamentos: é importante o médico assistente saber a existência da psoríase de seu cliente, pois algumas drogas podem desencadear ou agravar a doença. A mais comum das drogas é o corticóide (corticosteróide), via oral ou injetável que pode transformar um quadro leve em severo. Há estudos que demonstram que até mesmo a pomada de corticóides potentes, quando usada em áreas extensas do corpo, pode ser absorvida e causar o efeito sistêmico. Outras drogas relacionadas são os betabloqueadores para doenças cardíacas; o lítio para alterações psiquiátricas; os antimaláricos e alguns antiinflamatórios para dores ou reumatismo.

- emocional: o estresse psíquico intenso ou constante, na maioria dos pacientes, pode desencadear ou agravar a evolução. Porém, pode ocorrer o inverso, isto é, ajudar no controle ou desaparecimento. Hoje, estudos na área da psiconeuroimunologia confirmam suspeitas a esse respeito por médicos, pacientes e familiares.

- ingestão de bebidas alcoólicas: pode piorar ou afetar os efeitos das medicações para psoríase.

- outros fatores: tabagismo pesado; distúrbios hormonais e metabólicos; variações climáticas e outros, já foram relacionados à evolução da psoríase.

*Com informações da Folha de São Paulo e da Clínica Sabbag

http://www.blogdasaude.com.br/saude-fisica/2009/09/29/psoriase-–-pesquisa-traca-perfil-dos-portadores/

ligações genéticas à psoríase

Pesquisadores na Washington University School of Medicine em St. Louis descobriram sete novos locais de variação de DNA que aumentam os riscos da psoríase. Eles também descobriram as variações em uma região genética ligando a psoríase e a artrite psoriática a outras doenças autoimunes.

Link
http://emedix.uol.com.br/not/not2008/08abr03der-plo-run-psoriase.php

Muito mais que pomadas e sol para tratar psoríase: Nutrição!

A psoríase é uma doença de caráter inflamatório que acomete a pele e pode se manifestar de diferentes formas e intensidades, em diferentes faixas etárias. A lesão de pele observada se caracteriza por hiperproliferação epidérmica, diferenciação anormal dos queratinócitos e recrutamento de células imunes, como linfócitos T, que secretam substâncias inflamatórias no local da lesão, potencializando a vermelhidão, coceira e aspecto de ferida.

Na edição de dezembro de 2009 da revista Viva Saúde a reportagem “A forma certa de tratar psoríase” cita alguns fatores desencadeadores da doença, além de indicar que o controle pode ser feito com medicamentos tópicos, orais ou injetáveis de acordo com o grau de severidade da doença. Além disso, enfatiza a importância do sol na melhora das lesões. Porém, não cita a importância da nutrição.

Independente da atividade da doença, pacientes com psoríase tendem a apresentar um perfil lipídico sanguíneo desfavorável, com aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos, e menores níveis de betacaroteno, vitaminas A e E no sangue, indicando a associação da doença com estresse oxidativo e risco cardiovascular, condições que aumentam a inflamação sistêmica.

Os profissionais de saúde devem planejar uma estratégia terapêutica abrangente para o tratamento da psoríase com foco na modulação do sistema imune, prevenção dos fatores de risco cardiovasculares, correção de deficiências nutricionais e eliminação de fatores externos (dietéticos ou não) que impõem algum tipo de estresse ao organismo.

A exposição solar melhora as lesões de pele provavelmente por promover a síntese de vitamina D3, a partir de seu precursor presente na pele. A vitamina D ativa modula a proliferação epidérmica, diferenciação e inflamação cutânea. A identificação de polimorfismos genéticos no receptor dessa vitamina em pacientes coreanos com psoríase e a eficácia de análogos da vitamina D no tratamento confirmam a importância desse nutriente na modulação da doença. Banhos de sol nos horários recomendados devem fazer parte do dia-a-dia desses pacientes sempre que possível. Como a vida moderna dificulta esse hábito, deve-se considerar a necessidade e possibilidade de suplementação.

O consumo de fibras deve ser avaliado, e caso identifique-se quantidade insuficiente é necessário aumentar a ingestão para ajudar no controle dos lipídios sanguíneos. O consumo de frutas, vegetais e produtos integrais, além de oferecer fibras, fornecem compostos bioativos e vitaminas com propriedades antioxidantes, importante para o controle do estresse oxidativo, e outras funções mais específicas. A vitamina A desempenha papel no controle da proliferação e diferenciação celular e do processo de queratinização. Já a vitamina E protege os lipídios sanguíneos de sofrerem oxidação e consequentemente ativarem o sistema imune e inflamação sistêmica.

Não existe consenso quanto à suplementação dessas vitaminas para tratar a psoríase, mas a dieta pode ser enriquecida com fontes alimentares das mesmas. Oleaginosas, óleos vegetais extravirgem (oliva, macadâmia, pepita de uva) e abacate contribuem com a ingestão de vitamina E, enquanto ovos, vegetais folhosos e frutas alaranjadas fornecem vitamina A pré-formada e o precursor da vitamina A (betacaroteno). O zinco é importante para a mobilização da vitamina A no fígado e seu transporte adequado na circulação. Além disso, desempenha função no sistema de defesa antioxidante enzimático, no processo de cicatrização e na regulação das atividades do sistema imune. Como pacientes com psoríase apresentam tendência a níveis menores de zinco, atenção deve ser dada a este mineral e suas fontes alimentares como ostras, peixes, carnes, cereais integrais e leguminosas.

Estudos com infusão de emulsão lipídica rica em ácidos graxos essenciais ômega-3 mostram os efeitos positivos na melhora da atividade da doença ao reduzir o valor do índice utilizado para classificar a gravidade das lesões, principalmente em quadros severos. A via de administração intravenosa em relação à via oral apresenta a vantagem de disponibilizar mais rapidamente esses ácidos graxos essenciais para as células, mas é mais complicada e desconfortável para o paciente (importante lembrar que essa via de administração não pode ser prescrita pelo nutricionista). A incorporação desses lipídios na membrana celular reduz a liberação de substâncias inflamatórias e modula o sistema imune. As doses utilizadas geralmente ultrapassam os níveis potencialmente obtidos a partir dos alimentos usualmente consumidos, muitas vezes sendo necessária a suplementação com cápsulas de óleo de peixe ou linhaça. Além de aumentar a quantidade de w-3 na dieta, é importante adequar a quantidade de ácidos graxos essenciais w-6, usualmente ingeridos em quantidades elevadas. O excesso de w-6 na dieta favorece a produção de substâncias pró-inflamatórias. Óleos vegetais utilizados para a cocção como o de milho, girassol e algodão apresentam elevada proporção desse ácido graxo, e devem ser evitados. O óleo de soja é bastante acessível e pode ser utilizado com moderação uma vez que apresenta menor proporção desses ácidos graxos. Além disso, deve-se dar preferência aos cortes de carnes mais magros, uma vez que a gordura animal visível e intramuscular é rica em ácidos graxos saturados, colesterol e ácidos graxos w-6, que contribuem também para doenças cardiovasculares. O consumo de peixes deve ser estimulado e introduzido nas refeições com maior frequência.

A introdução de uma dieta rica em antioxidantes e nos nutrientes já citados é fundamental. Mas não podemos esquecer que eliminar fatores que contribuem para a ativação exagerada do sistema imune também é essencial. Alergias ou sensibilidades a alguns alimentos devem ser identificadas para retirada dos mesmos do hábito alimentar. Alguns trabalhos têm indicado que pacientes com psoríase apresentam anticorpos contra a fração da proteína presente principalmente no trigo, cevada e centeio, o glúten. Para estes pacientes, uma dieta livre de glúten pode resultar em melhora clínica significativa. O consumo de bebidas alcoólicas também merece atenção, devendo ser evitado, principalmente nos períodos de exacerbação, uma vez que o uso de medicação é intensificado e a maioria dessas pode ter impacto hepatotóxico.

Os gatilhos relacionados à manifestação ou exacerbação da doença são muitos. Os cuidados com a nutrição não curam, mas melhoram muito, principalmente quando associados aos banhos de sol, terapias para redução de estresse emocional e ansiedade. A genética pode ter um peso importante e a ciência da nutrigenômica tende a avançar na produção de conhecimentos que confirmem o poder da nutrição, mostrando a possibilidade de silenciar ou ativar alguns genes a partir de nutrientes ou substâncias alimentares que contribuam para a melhora ou exacerbação da condição clínica de algumas doenças como a psoríase.

** Texto elaborado pela Dra. Tatiana Fiche Salles Teixeira, aluna bolsista do curso de Pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria Nutricional/ Divisão Ensino e Pesquisa.

http://www.vponline.com.br/blog/?p=88